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Internacionalização na sala de aula

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Quão perto estamos de uma nova era? 

A Globalização é um fenômeno galopante e as intersecções entre culturas de todo o planeta estão cada vez mais presentes em nosso cotidiano. Pesquisa, Arte e Negócios já operam em um nível mundial, sofrendo impacto de um intercambio – muitas vezes – imediato de informações e conhecimento.

Contudo as salas de aula em todos os níveis de ensino no Brasil ainda são ilhas isoladas e herméticas, muitas vezes, ideologicamente fechadas. O domínio de uma segunda língua ainda é risível em nosso país.

Por um lado o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) sequer mensura o segundo idioma na avaliação dos alunos de “2º Grau”. Por outro, 64% dos estudantes universitários disseram ter “algum conhecimento de inglês” ao ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes). Esse exame apontou que 36% dos universitários não têm nenhum conhecimento desse idioma, portanto. Pouco se sabe do resto da população.

O fato é que o Brasil ainda encontra-se distanciado, e faz – portanto – um uso limitado da Internet. Segundo o Internet World Stats, as três línguas mais utilizadas na rede são o Inglês (29%), o Mandarim (19%) e o Espanhol (8%). O português representa 4% desse universo.

Em 2004, quando atuava como Jornalista, entrevistei o professor e criador do Mídia Lab do MIT (Massachusetts Institute of Technology), atualmente o “pai do lap top de U$ 100”, Nicolas Negroponte, para a Revista @prender. Negroponte é um visionário e principal referência mundial sobre tendências e novas tecnologias. Na época solicitei-lhe que projetasse as principais revoluções tecnológicas das próximas cinco décadas, e obtive como resposta que em “2010 teríamos em todos os lugares computadores operando com Banda Larga e sem fios” e que “até 2020 a tradução da linguagem será tão boa e natural quanto a do próprio ser humano”(1). Frente à popularização da telefonia 3G e mais recentemente dos NetBooks (além da modernização dos programas de tradução oferecidos on line como o Babylon e a Ferramentas de Idiomas do Google), fica fácil acreditar que algum aparelho surja em breve tornando possível uma conversa - em tempo real - entre pessoas de nacionalidades e línguas absolutamente distintas.

O Brasil pode viver isolado idiomaticamente a espera de novas tecnologias que suplantem o déficit do ensino da segunda língua em nosso país e abram os 96% da rede para o nosso povo.

Ainda que essa seja uma barreira, é possível falar e pensar hoje na troca de conhecimentos entre salas de aula de todo o planeta. Inclusive de salas de aula do Brasil com o mundo. Algumas iniciativas podem ser adotadas em curto prazo. Imediatamente para o professor sensibilizado com a importância de formar cidadãos do mundo desde as primeiras séries do ensino fundamental.

Escolas Irmãs

O conceito de escolas irmãs não é novo. No Brasil esse é o nome, inclusive, de um programa do Ministério da Educação, que o propõem como “uma rede de colaboração mútua entre escolas que estabelecem parcerias, com o objetivo de compartilhar experiências e trocas pedagógicas, enfatizando a vivência de valores universais e os ideais de solidariedade humana”. O MEC propõe uma rede de escolas tupiniquins, mas muitas instituições podem transgredir barreiras e aventurar-se na prospecção de “irmãs” em todo o planeta. Com as novas ferramentas de relacionamento, como Instant Messengers e redes sociais, os educadores podem montar redes de salas de aula globais com escolas de todo o mundo.

Quebras de Barreiras Idiomáticas

Os educadores devem apropriar-se de novas línguas de forma a multiplicar seu universo de pesquisa. Devem aventurar-se por textos em outros idiomas e abusar das ferramentas de tradução, ainda experimentais, mas – já – muito eficazes.

Utilização de Novas Tecnologias

Uma nova tendência mundial merece destaque nesse artigo. A Open Learning Iniciative é uma rede mundial de universidades de primeira linha – coincidentemente encabeçadas pelo MIT, que propõem a derrubada das barreiras de acesso ao conhecimento pela Internet. Dezenas de instituições de ensino em todo o planeta vêm divulgando conteúdos por meio de mídias diversas na rede, para ser consumido por interessados de todos os países. Uma força democratizadora de conhecimento que irá tornar-se popular em poucos anos.

O fato é que as comportas do intercambio de inteligência, boas práticas e tecnologias pedagógicas abriram-se para os educadores interessados em – de fato e objetivamente – ampliarem suas dinâmicas abrindo-se para um mundo de oportunidades. Com trocadilhos!

(1) Em tempo: Negroponte previu ainda, sob a ressalva de que se tratavam de palpites e que acontecerão progressivamente, que até 2030 existirão implantes no corpo e no cérebro para comunicação direta e argumentação com os computadores, que até 2040 iremos fazer arquivos de mentes para imortalidade e que até 2050 iremos teletransportar objetos.