A primeira experiência a mostrar a possibilidade de algum tipo de teletransporte foi realizada em 1997 pelo austríaco Anton Zeilinger e, de maneira independente, pelo italiano Francesco de Martini. Eles empregaram uma partícula não muito diferente de um elétron, chamada fóton – que também gira em torno de si mesmo, num movimento conhecido como spin. O que Zeilinger e Martini fizeram foi teletransportar o spin de um fóton.
Para isso criaram duas partículas, uma mantida num ponto do laboratório e a outra enviada para longe. De acordo com uma lei da física quântica, elas não têm nenhuma propriedade até serem medidas por alguém. É como se só começassem a rodopiar depois que o cientista tentasse medir sua rotação. Mas, assim que isso é feito, se um dos fótons gira numa direção, o outro roda no sentido oposto. Para confirmar esse fato, os físicos realizaram a medida no fóton mais próximo e o fóton mais distante começou a rodar ao contrário do primeiro. Ou seja, eles foram capazes de criar uma rotação a distância e de maneira instantânea. De lá para cá, o feito repetiu-se várias vezes e sempre funciona, não importa a que distância as partículas estejam entre si.
No futuro, espera-se criar comunicações codificadas à maneira dos computadores, usando apenas os símbolos de sim (rotação num sentido) e não (rotação oposta). Esse tipo de transmissão seria sempre perfeita, pois não haveria interferência na mensagem. Há quem imagine também a possibilidade de um dia se analisarem todos os átomos de uma pessoa, traduzir as informações em rotações e contra-rotações e depois transmiti-las para algum planeta longínquo. Lá os dados seriam usados para montar uma cópia do original. Por enquanto, tudo não passa de ficção científica, sem base prática ou teórica.