É preciso proceder a uma divisão entre fenomenismo metafísico e fenomenismo gnoseológico. O primeiro nega a existência de uma realidade fora de sua dimensão de fenômeno; a segunda nega a possibilidade de conhecimento de todo em si. Muitas vezes, estas posições encontram-se associadas, cohabitando, por vezes, o mesmo pensamento.
A postura fenomenista se encontra presente na história da filosofia desde seus primórdios. É possível apontar a sofística, a filosofia cirenaica e a doutrina cética como exemplos de fenomenismo na Antiguidade. Na Era Moderna, esta corrente encontrou adeptos no empirismo inglês, especialmente em Hume, Berkeley e Hobbes. Pode-se ainda apontar Condillac como um representante desta doutrina. Deve-se, ainda, a Kant, a distinção entre coisa em si e fenômeno, juntamente com a afirmação da impossibilidade de apreensão da primeira. Contudo, é discutível atribuir ao todo da filosofia kantiana a designação de fenomenista, uma vez que a coisa em si é apontada em seu pensamento, por vezes, como condição de possibilidade do conhecimento fenomênico. Outro representante da postura fenomenista é John Stuart Mill. Este professa uma vertente radical desta doutrina, ao afirmar o dado como fenômeno, compreendendo-o como o perceptível, o que é passível de vir a nós através das sensações. Segundo este autor, tal posição encontra-se aquém de uma posição metafísica ou gnoseológica, sendo o fenomenismo anterior a toda e qualquer tomada de posição. Considera-se, ainda, o positivismo comtiano como adepto do fenomenismo. Atualmente, esta doutrina se encontra aplicada a considerações de caráter linguístico. Seus adeptos afirmam ser possível reduzir todo enunciado acerca de objetos materiais a enunciados que dizem respeito à esfera relativa aos dados dos sentidos.