Seu primeiro trabalho conhecido, a peça em castelhano Monólogo do Vaqueiro, é de 1502, quando se torna responsável pela organização dos eventos palacianos. Em 1521 passa a servir dom João III, conseguindo o prestígio do qual se valeria para satirizar o clero e a nobreza. Retrata, com refinada comicidade, a sociedade portuguesa do século XVI.
Sua obra tem vasta diversidade de formas: o auto pastoril, a alegoria religiosa, narrativas bíblicas, farsas episódicas e autos narrativos. Em suas 44 peças, usa grande quantidade de personagens extraídos do povo português.
É comum a presença de marinheiros, ciganos, camponeses, fadas e demônios e de referências - sempre com um lirismo nato - a dialetos e linguagens populares. Entre suas obras estão Auto Pastoril Castelhano (1502) e Auto dos Reis Magos (1503), escritas para celebração natalina, e Auto da Sibila Cassandra (1503), anunciando os ideais renascentistas em Portugal. Sua obra-prima é a trilogia de sátiras Barca do Inferno (1516), Barca do Purgatório (1518) e Barca da Glória (1519).
Em 1523 escreve a Farsa de Inês Pereira. Morre em lugar desconhecido.