O empirismo provoca revolução na ciência. A partir da valorização da experiência, o conhecimento científico, que antes se contentava em contemplar a natureza, passa a querer dominá-la, buscando resultados práticos. O inglês John Locke (1632-1704) funda a escola empirista, uma das mais importantes da filosofia moderna. Apesar de partir do cartesianismo, Locke discorda de Descartes sobre a existência de ideias inatas produzidas pela capacidade de pensar da razão.
Para Locke, as ideias vêm da experiência externa, pela sensação, ou da interna, via reflexão. São também simples ou compostas. A ideia de comprimento, por exemplo, é simples: vem da visão. A de doença, fruto da associação de ideias, é composta. No século XVIII, o escocês David Hume (1711-1776) leva mais longe o empirismo ao negar a validade universal do princípio de causalidade, uma vez que não pode ser observado.
O que se observa é a sequência temporal de eventos, e não sua conexão causal. Só por uma questão de hábito pensamos que o fato atual se comportará como outros que já observamos no passado. Para o empirismo contemporâneo, também chamado de positivismo lógico, representado pelo austríaco Ludwig Wittgenstein (1889-1951), a filosofia deve limitar-se à análise da linguagem científica, expressão do conhecimento baseado na experiência.